Trabalho em sistema híbrido se consolida como tendência para as empresas que têm uma gestão de processos bem estruturada.
Após novo pico de Covid-19, trabalho em sistema híbrido se consolida como tendência em 2022 para as empresas que tem uma gestão de processos bem estruturada. Mas a cultura de trabalho em alguns segmentos pressiona para o retorno 100% presencial, principalmente quando há dificuldades para monitorar resultados.
Trabalhar em sistema remoto foi um processo muito bem assimilado por empresas da área de tecnologia, por exemplo. Já havia essa tendência antes da pandemia e o risco trazido pela Covid-19 acentuou o modelo. Vários segmentos de negócios precisaram adaptar sua estrutura e se adequar ao trabalho remoto ou híbrido. Fizeram investimentos em plataformas com registros de jornada on-line, armazenamento de dados em nuvem e em novas tecnologias voltadas para o controle, estruturação e incentivo à produtividade de colaboradores e prestadores de serviços.
Mas, de acordo com Thiago Domingos, especialista em gestão de processos, a cultura de muitas empresas dificulta o sucesso com o sistema híbrido, por falta de processos de trabalho bem estruturados e focados em resultados. “O modelo remoto funcionou por alguns períodos, durante a pandemia, porque era uma necessidade. Mas muitas empresas estão retornando ao trabalho 100% presencial. Algumas pela natureza do negócio, mas muitas por não terem processos bem estruturados. Sem uma gestão adequada, é difícil monitorar a efetividade do trabalho e os resultados dos colaboradores presencialmente e pior ainda com trabalho a distância”, avalia.
As empresas que têm uma gestão de processos bem estruturada conseguem avaliar o rendimento do colaborador pelo resultado que ele apresenta, não pelo tempo que ele permanece no serviço. Portanto, Domingos pontua que “para ter sucesso com sistemas híbridos de trabalho, os empresários precisam estar prontos para avaliar a performance de seus colaboradores, pois o que vai contar é a qualidade do que ele entrega”.
Pesquisas realizadas por grandes plataformas de recrutamento indicaram, no fim do ano passado, que aproximadamente 40% dos candidatos a uma vaga no mercado preferem atuar no sistema híbrido. Já em relação às empresas que experimentaram o modelo remoto durante a pandemia, 85% pretendem recorrer ao modelo híbrido em 2022.
“É uma mudança de cultura. É preciso criar procedimentos e treinar as pessoas para que elas possam executar as tarefas de maneira segura e eficiente. Assim, o gestor permite que o funcionário desempenhe seu trabalho, dentro daquilo que foi estabelecido. Além disso, é preciso ter mecanismos de monitoramento, por meio de indicadores”, analisa Domingos.